o discurso do rei

No domingo fui assistir ao filme que acabou abocanhando 4 estatuetas do Oscar: melhor filme, melhor ator, diretor e roteiro. O filme é ótimo, seu elenco é primoroso e trata-se de uma história verídica. Ou seja, tinha tudo para ser o vencedor da noite do tapete vermelho. Todos sabem que o filme narra as dificuldades do rei George VI de falar em público devido a um problema de gagueira que o assombrava desde a mais tenra infância. O que fica evidente na trama, no entanto, não é a superação do problema da fala do rei: a salvação de "Bertie" é a amizade que estabelece com seu terapeuta, vivido pelo sensacional Geoffrey Rush. No fim das contas, o fato de que o rei confiava totalmente em seu terapeuta/amigo é que o impulsiona a enfrentar suas limitações e imprimir seu nome na história mundial. Amigo é pra essas coisas...

broken hearts

Uma de minhas autoras favoritas é a gaúcha Martha Medeiros. Seu mais novo romance, Fora de mim, narra as desventuras amorosas da protagonista, que é a narradora (ficamos sem saber seu nome, o que não é relevante para a história, anyway). Impossível não se identificar com o sofrimento de alguém que colocou seu coração na bandeja e ficou assistindo ao outro devorá-lo sem dó nem piedade. Quem já não teve uma paixão avassaladora assim? Eu sei muito bem o que é isso. Há alguns anos, troquei até de país por conta de um sentimento violento assim. Da mesma maneira rápida e certeira que começou, acabou da noite para o dia. Sobraram os caquinhos de um coração, que, devo confessar, nunca mais bateu daquele jeito...

teatro

Já fazia muito tempo que eu não ia ao teatro. Hoje quebrei o jejum com a ótima peça "O Deus da carnificina" no igualmente ótimo teatro da Maison de France. Eu já tinha lido uma peça da autora, Yasmina Reza, quando era aluna da Aliança Francesa. Então, já podia prever que o texto seria ágil e inteligente. O elenco é primoroso e o texto usa e abusa da ironia, para meu deleite. Soube que os direitos para montar a peça que eu li, chamada "Arte" já foram comprados e aguardo a encenação. Infelizmente, teatro, no brasil, não é para todos. Os preços são muito altos, o que acaba elitizando uma arte que é, em sua origem, uma das mais populares que existe. Espero, em 2011, poder ir mais vezes ao teatro. Que os deuses (do teatro) digam amém.

cineminha

Devo confessar que já fui mais assídua, mas ainda ouso me rotular como cinéfila, então... Lá vai: fui ver ontem Burlesque, musical estrelado por Cher e Christina Aguilera. A crítica especializada está malhando horrores, mas, cá entre nós, às vezes cansamos de ir à procura de um filme cabeça (que, more often than not, é chato pra chuchu) e descolamos um bilhete rumo à diversão pura e simples. Então tá combinado: gosta de musical? curte o vozeirão de Aguilera? não tem expectativas quanto ao enredo manjado? Demorou! Burlesque é entretenimento garantido. Eu gostei e ponto final.