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I teach English for a living. Fui bailarina clássica no século passado. Acho que fui escritora em outras vidas... Enjoy my blog!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Almodóvar nunca mais ou viva o cinema francês

Não resisti e fui conferir a última película de Almodóvar. Artisticamente falando, é um filme impecável (fotografia, maquiagem, Antonio Banderas em atuação primorosa, etc), o problema é a perversidade que invade a córnea do espectador durante sua exibição. Honestly, não dá mais para aguentar tantas aberrações em nome do multiculturalismo. Fica a impressão de que, em vez de denunciar estereótipos e acenar com a bandeira da luta contra os preconceitos, o diretor meramente nos apresenta uma galeria de tipos esquizóides, de seres amorais e imorais que não conseguem estabelecer uma cumplicidade com o público por serem incapazes de contrabalançar seus defeitos com suas (inexistentes?) qualidades. Saí do cinema um tanto enojada e algumas imagens ainda me "haunted" como terríveis pesadelos depois.
Hoje, fui ao cinema decidida a me divertir e, de quebra, ouvir o meu amado idioma francês na telona. A escolha da vez foi o filme "Le nom des gens", traduzido livremente para "Os nomes do amor". É basicamente uma comédia, com alguns momentos nonsense (para deleite dessa aficcionada por Amélie Poulain), que narra a improvável história de amor entre uma jovem de origem árabe que usa seu corpo como uma arma para converter fascistas em esquerdistas e um pacato zoólogo de origem judaica que sempre foi "certinho". Os encontros e desencontros do casal inusitado rendem um filme bem interessante. E, "vive la France!"

3 comentários:

  1. Helô, ainda não pude conferir a comedia francesa, mas já tinha ouvido elogios, fiquei curiosa...
    Quanto a "Pele que Habito", te achei injusta com o filme. Nem acho a interpretação de Antonio Banderas realmente boa... sempre o achei canastrão... o que para o estilo do Almodóvar funciona muito bem. A história é um verdadeiro "melodrama" contemporâneo. Um tipo de "tragédia" que me lembrou os textos míticos do Nelson Rodrigues. A busca de Almodóvar é justamente por um "realismo fantástico" altamente angustiante e provocador. Deseja levar as doenças humanas ao auge e provocar, justamente, o choque na plateia, tanto pelo inusitado e um tanto "absurdo" das situações como pelas perversões que as acompanham. Está longe de ser um filme agradável. Não foi feito para isso. Seu intento jamais me pareceu ser denunciar qualquer coisa... mas provocar justamente essa sensação no seu estômago de que tinha presenciado algo torpe. Lembro que o Nelson Rodrigues dizia que queria provocar tifo e malária na plateia com seus textos. Almodóvar trabalha numa linha muito próxima na contemporaneidade. É um filme excelente e desagradabilíssimo...

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  2. É como dizem os outros: o que seria do amarelo se todos gostassem do azul?

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  3. Helô, pensei que só eu tivesse saído da sala com essa náusea que vc mencionou. Cheguei a me sentir revoltada com as cenas agressivas do filme. Concordo, entretanto, com o comentário acima. O filme está longe de ser palatável e, claro, de propósito. As cenas são fortes, mas, perto de "Irreversível" ou "Anticristo", por exemplo, são bem mais fáceis de aguentar. Enquanto eu via o "La piel...", me lembrava de uma estória que li de uma mulher que teve um aborto espontâneo enquanto assistia "O cão Andaluz", do Buñuel, no cinema. É inerente à sétima arte causar essa sensação de horror e muitas outras sensações...

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